(2012) “Nunca pensei em desistir”
Simone Gutierrez, a Ariela da novela "Cheias de Charme", enfrentou um caminho longo e cheio de percalços até ter seu trabalho reconhecido.
Até viver a perua Ariela, sua personagem na novela das 7 da TV Globo, "Cheias de Charme", Simone Gutierrez, 35 anos, penou. Ela morou em quartos alugados, em certos momentos teve que optar entre almoçar ou pegar um ônibus e ainda lutou contra os estereótipos, pois, acima do peso, levou muitos “não” por não se enquadrar nos padrões estéticos da televisão. Mas, ironicamente, foi justamente o biotipo mais cheinho que fez com que ganhasse o papel que alavancou sua carreira. Dezoito quilos acima de seu peso, que girava em torno de 62, ela foi selecionada, em 2009, por Miguel Falabella, para o musical "Hairspray". “Estava com 80 quilos quando fiz o espetáculo. Era a história da minha vida, sobre a gorda que luta para ser aceita. Se eu não conseguisse esse papel, não faria mais nenhuma protagonista”, acredita ela.
Hoje, com os 62 quilos de volta graças a uma reeducação alimentar, a atriz não faz drama quanto a seu tipo físico, mesmo não sendo magérrima, já que tem 1,50 metro de altura. Mas, na adolescência, tentou de tudo para perder peso: “Fazia dietas malucas, como comer só laranja durante a semana. Também tomei remédio tarja preta. Emagreci bastante, cheguei a pesar 47 quilos, só que engordei de novo”. Formada em balé clássico, ela conta que a dança, que começou a praticar aos 3 anos, sempre foi sua paixão, mas era sempre “a gordinha que dançava bem”.
Nascida em Ribeirão Preto (SP) e de família humilde, Ariela vivia com a mãe, a dona de casa Sueli, o pai, o comerciante Francisco Gutierrez, e a irmã, Camila. Sem poder pagar a mensalidade da escola de balé, conseguiu uma bolsa de estudos. “A vidinha dela nunca foi fácil. Como eu não conseguia pagar tudo, a família se reuniu e cada um deu um pouquinho. Quando fez 13 anos, começou a dar aulas. Simone sempre foi muito responsável e queria ir mais longe, mas, por causa do peso, as portas não se abriam”, diz Sueli.
Certa do que queria, Simone mudou-se para São Paulo. “Diziam que era a terra das oportunidades. Quando eu tinha uns 22 anos, soube de uma audição para trabalhar em uma academia com a coreógrafa Fernanda Chamma. Meu carro quebrou cinco vezes na estrada. Cheguei lá e os testes já tinham acabado, só que ela me conhecia de festivais de dança e consegui o emprego.” O salário era pequeno e as dificuldades, grandes. Ela vendeu o carro e, com o dinheiro, manteve-se por um mês. A partir daí, foi morar na casa de amigos: “Em um mês, me mudei oito vezes”.
Hoje, com os 62 quilos de volta graças a uma reeducação alimentar, a atriz não faz drama quanto a seu tipo físico, mesmo não sendo magérrima, já que tem 1,50 metro de altura. Mas, na adolescência, tentou de tudo para perder peso: “Fazia dietas malucas, como comer só laranja durante a semana. Também tomei remédio tarja preta. Emagreci bastante, cheguei a pesar 47 quilos, só que engordei de novo”. Formada em balé clássico, ela conta que a dança, que começou a praticar aos 3 anos, sempre foi sua paixão, mas era sempre “a gordinha que dançava bem”.
Nascida em Ribeirão Preto (SP) e de família humilde, Ariela vivia com a mãe, a dona de casa Sueli, o pai, o comerciante Francisco Gutierrez, e a irmã, Camila. Sem poder pagar a mensalidade da escola de balé, conseguiu uma bolsa de estudos. “A vidinha dela nunca foi fácil. Como eu não conseguia pagar tudo, a família se reuniu e cada um deu um pouquinho. Quando fez 13 anos, começou a dar aulas. Simone sempre foi muito responsável e queria ir mais longe, mas, por causa do peso, as portas não se abriam”, diz Sueli.
Certa do que queria, Simone mudou-se para São Paulo. “Diziam que era a terra das oportunidades. Quando eu tinha uns 22 anos, soube de uma audição para trabalhar em uma academia com a coreógrafa Fernanda Chamma. Meu carro quebrou cinco vezes na estrada. Cheguei lá e os testes já tinham acabado, só que ela me conhecia de festivais de dança e consegui o emprego.” O salário era pequeno e as dificuldades, grandes. Ela vendeu o carro e, com o dinheiro, manteve-se por um mês. A partir daí, foi morar na casa de amigos: “Em um mês, me mudei oito vezes”.
Simone com Cláudia Abreu, em cena da novela "Cheias de Charme": humor |
PERNILONGOS
Sem opção, decidiu alugar um quarto na casa de uma senhora. “Sempre chegava muito tarde e percebi que isso a incomodava. Uma vez, trancou a porta. Ela tinha um cachorro que dormia com ela, e a casinha dele, que ficava na garagem, era ótima (risos). Estava chovendo e não queria levar bronca, então decidi dormir ali mesmo. Quando acordei, estava com a cara toda picada de pernilongo”, lembra Simone, às gargalhadas. Nessa época, também precisou, em várias ocasiões, escolher entre pegar um ônibus ou comer um sanduíche. Nada que a tenha desanimado. “Nunca pensei em desistir.”
Depois da apresentação do musical "Tarzan", em 2008, em São Paulo, com a avó, Ana Levorato (a partir da esq.), a mãe, Sueli, o sobrinho Gabriel (no colo), o cunhado, Damilton, e o sobrinho Guilherme. |
Aos 13 anos, sendo crismada numa igreja de Ribeirão Preto. |
No aniversário de 1 ano da irmã, Camila. Sueli com Simone no colo e a aniversariante com o pai, Francisco |
Aos poucos, a dureza foi passando. A atriz viajou a Nova York para estudar interpretação em 2003, e, em 2007, voltou à cidade americana para passear e assistir a musicais, “com um pouquinho mais de grana”, brinca. Hoje, mora sozinha em um apartamento próprio no bairro da Saúde, Zona Sul de São Paulo. Com a vida voltada para o trabalho – além da novela, está em cartaz no Teatro Bradesco, em São Paulo, no musical "Priscilla, a Rainha do Deserto" –, Simone está solteira e sem tempo para namorar. Mesmo assim, Camila conta que a irmã sempre fez sucesso com os homens: “Onde chegava, ela chamava a atenção, sempre foi muito vaidosa”. Simone até pensa em se casar, mas não acredita que isso vá acontecer, por causa de seu temperamento. “Quando um cara falava ‘ou eu ou o trabalho’, eu mandava correr. Sou teimosa, geniosa e nunca deixaria de fazer o que amo por alguém que tivesse ciúme disso”, afirma.
Fonte: Quem
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