Simone Gutierrez retoma a parceria com Miguel Falabella em musicais

Dupla contracena na versão brasileira de 'Antes Tarde do que Nunca'


Miguel e Simone em cena: musical estreia em São Paulo
Após investir na dança e na música, Simone Gutierrez despontou como atriz ao ser escolhida para protagonizar a versão brasileira do musical “Hairspray”, como a sonhadora Tracy Turnblad. Sucesso de crítica e de público, o espetáculo também foi a origem da amizade com Miguel Falabella, responsável pela direção e tradução do texto original de Broadway. Cinco anos depois, os dois voltam a se encontrar em “Antes Tarde do que Nunca”, desta vez dividindo o palco: eles formam um casal pouco ortodoxo no musical, cuja trilha sonora é composta por canções de George e Ira Gershwin.
– Trabalhei com o Miguel em “Hairspray” e, cinco anos depois, eu divido o palco com ele. Um dia você está fazendo o teste para um papel principal e quando vê, está trabalhando com a pessoa que te deu essa chance. Isso mostra seu crescimento profissional. Foi muito bacana – comemora Simone, sobre a parceria com Falabella, que também assina a adaptação de outro musical em cartaz em São Paulo, “Memórias de um Gigolô”.
“Nice Work if You Can Get It” no original, título inspirado em uma popular música da dupla de compositores que foi regravada por nomes como Frank Sinatra e Billie Holliday, o espetáculo é ambientado  em uma desvairada Nova York da década de 20, período entre guerras e pré-crise de 29, que reuniu grande produção artística e acúmulo rápido de fortunas, além de impor a Lei Seca no país. 
– Algumas das piadas feitas pelo Miguel passam um pouco do momento político que vivemos hoje no Brasil. Mas, artisticamente falando, as músicas, os figurinos, toda a parte artística é muito fiel à época. Só no texto que Miguel faz um pouco de crítica, mas tudo muito leve, com humor. Não é uma crítica apelativa. É um espetáculo bem divertido – explica a atriz.
A história apresenta o playboy Jimmy Winter, personagem de Falabella, que nunca trabalhou na vida e que está prestes a se casar pela quarta vez. Pouco antes da celebração, porém, ele encontra Billie Bendix, vivida por Simone, chefe de uma gangue de contrabandistas de bebidas alcóolicas de gênio forte e decidida, por quem se apaixona.
– A Billie é uma moleca. Nesse sentido eu sou muito parecida com ela (risos). Ela sempre conviveu muito com bandidos, com homens, então ela tem esse lado masculino bem evidente. Não se acha muito capaz de se apaixonar, mas, quando passa a gostar do Jimmy, vai se feminilizando – detalha Simone. – Fisicamente ela é bem mais masculina do que eu, e foi um pouco difícil tirar a minha feminilidade no começo. Tive que fazer todo um jogo de corpo para dar mais veracidade para esse papel.
Com direção de José Possi Neto, o musical aposta nas diferenças entre o casal, vencidas pelo amor crescente, para conquistar o público.
Simone como Tracy Turnblad de 'Hairspray'  (Foto: Reprodução)Simone como Tracy TurnbladFoto: Marcos Mesquita
– O amor não é um conto de fadas, todo certinho – opina Simone.
Sempre surpreendendo o público nos musicais – em “Hairspray" ela engordou 20 kg para o personagem e fez uma abertura de pernas de 180 graus no palco – a atriz não poupou seus dotes em “Antes Tarde do que Nunca”. Desta vez, seu talento de ginasta foi posto à prova pela coreógrafa Fernanda Chamma:
– É muito bom quando você consegue surpreender as pessoas. E eu adoro desafios, cantar de cabeça para baixo, cantar dependurada... Eu só não posso cantar debaixo d’água porque senão ninguém vai ouvir nada, mas de resto eu posso fazer qualquer coisa (risos).
A música entra como o terceiro "protagonista" do espetáculo. As canções dos irmãos Gershwin e as versões de Falabella completam a narrativa e traduzem em melodias cada um dos personagens.
– Acho que todo ator de musical tem que colocar sua persona no personagem. A música é uma aliada nessa história toda. Às vezes você fica tão preocupado com a sua voz que você acaba não interpretando, não dando força dramatúrgica para canção. E eu sempre esqueço onde está minha voz, sinto a música e vou. Esse é o grande barato do teatro musical – concluiu ela.
Fonte: Globo Teatro

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